domingo, 5 de julho de 2009

O Problema da Coesão, Conformismo e Desviacionismo (capítulo II) - As Dinâmicas dos Grupos de Jean Mainsonneuve

“Totalidade do campo de forças tendo por efeito manter em conjunto os membros de um grupo e resistir às forças de desintegração”. Festinger, Shachter


A coesão é a força que mantém juntos os indivíduos num grupo.
Os factores da coesão: os factores extrínsecos (anteriores à formação dos grupos), os factores intrínsecos (próprios do grupo; factores sócio afectivos; factores de ordem operatória e funcional que atingem a própria organização ); a disposição material que regula as redes de comunicação; a semelhança ou a diferença dos status sociais. Compreende-se que nos grupos mais pequenos e que possuem mais características em comum comunicam mais rapidamente e mais intensivamente.
Os factores sócio - afectivos compreendem: o atractivo de um fim comum (pode ser mais ou menos claro segundo a idade e a natureza do grupo.
A sua atracção depende só da adequação ao nível médio das aspirações do nível do grupo); o atractivo da acção colectiva (meio de conseguir um fim); o atractivo de pertença ao grupo (sentimento de poder – grupos em expansão; sentimento de orgulho – grupos de prestígio e sentimento de segurança – grupos bem estabelecidos; a comunicação é fundamental); o jogo de afinidades interpessoais (a filiação de uma pessoa num grupo, pode depender das simpatias electivas) e a satisfação de certas necessidades pessoais (a participação num grupo, pode levar o individuo a satisfação de certas necessidades pessoais; o grupo é um meio para atingir um fim).

Os factores sócio - operatórios consideram: a distribuição e a articulação dos papéis (depende das actividades e das aptidões das pessoas; pode ser horizontal ou vertical )e o comportamento do grupo e o modo de liderança (cada indivíduo exerce uma influência diferente).
O conformismo e desviacionismo - a coesão implica um conjunto de comportamentos colectivos e dinâmicos, entre eles encontramos o conformismo, a resistência às desviações, a agressividade potencial para ao exterior.
1. O conformismo traduz-se na presença de normas e de modelos colectivos específicos. A função colectiva do conformismo atinge as zonas operatórias e afectivas da coesão.
2. Os comportamentos desviacionistas – comportamento que se afasta das normas. Quando mais isolado é o grupo, mais simples, estreitas e rígidas são as normas que adoptam. A influência desviacionista depende da situação. O desviado pode tornar-se líder. Os comportamentos desviacionistas e conformistas são atitudes complementares dinâmicas.
3. «In Group» e «Out Group» - a coesão não se reforça só no grupo quando este se sente ameaçado, mas pode exprimir a sua solidariedade atacando os seus vizinhos. Os membros do in group comportam-se de modos diferentes para com os membros do out group e para com os seus companheiros, trata-se de uma manifestação da coesão e do conformismo.

Em relação aos estudos experimentais, estes são sobretudo estudos de laboratório feitos pelos lewinianos. Nestes estudos tentam converter a noção de coesão em índices operacionais. M. Sherif e os seus colaboradores formaram uma colónia de 24 rapazes de estados sociais homogéneos e todos desconhecidos uns dos outros.
Numa 1º etapa de 3 dias os rapazes reúnem-se no acampamento e desenvolvem uma rede de afinidades. Numa 2º etapa reparte o grupo em dois, a fim de eliminar todas as atracções iniciais. Cada grupo vive no seu acampamento e desenvolve actividades colectivas autónomas. Exista uma inversão das escolhas iniciais. Numa 3º etapa, o desejo de rivalidade fica satisfeito.
Foram ensaiados três meios para reduzir a tensão intergrupal e os estereótipos agressivos: 1º, provocar a reunião dos esforços de todos contra um terceiro grupo tomado como adversário comum; 2º método consistiu em provocar contactos entre os dois grupos em situações agradáveis; 3º provocar uma interacção entre os grupos.
Com as experiencias de M. Sherif podemos concluir que a influência do grupo sobre as selecções interpessoais e a importância do fenómeno colectivo da endofilia; quando dois grupos são muito coesos são mantidos no mesmo espaço, tendem a desenvolver relações de hostilidade e a emergência de fins e de aspirações que se pretende ver reunidos é a única susceptível de ser eficaz.

Resumo feito pela Xana

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